Reativando o blog, percebi a existência de inumeros rascunhos que nunca foram publicados. Encontrei esse aqui, escrito em 2007 enquanto ainda morava em Paris e estagiava na L'Oréal. Super engraçado que apesar de ter sido escrito ha mais de 5 anos, ele permanece tão atual!
Decidi publica-lo, assim mesmo, da forma que ele permaneceu ao longo desses 6 anos nos rascunhos do blog.
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Outro dia conheci, la no estagio, uma brasileira que trabalha na L'Oréal do Rio, ela passou 3 semanas aqui para resolver pendengas da fabrica da Dutra. A conheci na vespera do seu retorno para o Rio e ela é simplesmente super simpatica! Foi muuuuito bom conversar com ela, mesmo que somente por uns 5 minutos. Ela me lembrou toda a energia, alegria, simpatia e bom humor dos brasileiros. Talvez vocês não entendam o que eu quero dizer e talvez muitos brasileiros que morem aqui não concordem comigo, mas digo que eu perdi muito da minha identidade aqui. Abraçar os amigos, distribuir beijinhos no rosto quando vejo alguém e para me despedir, dar um tapinha na pessoa quando ela fala bobagem, ou abraçar uma pessoa quando ela chora... Coisas que não faço mais.... Não é minha culpa, mas depois de fazer isso aqui varias vezes e ser reprimida, acabei deixando isso de lado. E eu não sou e nem quero ser do tipo "mas é a minha cultura e eu não vou mudar". Eu escolhi morar aqui e fui bem acolhida, nao vou passar 90% do meu tempo reclamando dos costumes locais, da frieza do povo e etc... Eles são assim e eu suporto isso, não é horrivel como muitos dizem, so é diferente e ponto.
Jah ouvi muitos brasileiros dizendo que aqui é horrivel, que francês é isso e é aquilo, que o povo é frio demais e etc. Esses mesmos brasileiros também dizem que pessoas como eu são deslumbradas demais, que acham que aqui tudo é bom e melhor. Acho que isso depende muito de cada um. Eu sei que sofri muito aqui, cheguei e 2 semanas depois tacaram fogo no meu predio enquanto eu dormia e me deparei com a mão no bolso no meio da rua, passei 6 meses sem amigos, assistindo aulas dia e noite sem ter ninguem para conversar. Sofria de estresse e solidão. Mas fiz o maximo que pude para me enturmar, falar francês bem e sabia que ter amigos brasileiros e passar todo meu tempo com eles não me ajudaria muito.
Eu passei por um periodo dificil sim, mas acabou. Hoje eu tenho otimas amigas, minha vida profissional esta maravilhosa, o Romain é meu amor para sempre e o resto... o resto é o resto...
Sai de Cavalcante para Paris. Para ir ao médico não preciso mais acordar as 5 da manha para ir pra fila do PAN, não ouço mais rajadas de metralhadoras todas as noites, nunca mais fui picada por mosquitos e nem vi baratas, o metro funciona super bem (mesmo que muitos reclamem do cheiro e do calor, mas até parece que onibus no Rio não tem o mesmo problema)
Por falar em estagio, as coisas vão super bem, obrigada! =)
Ontem a noite, depois de 8 horas de estudo, fui para a Festa do Sushi na Cidade Universitaria, que é aqui do lado de casa. Fui convidad
Que legal todas essas lembranças ! Que legal também te ler! Comecei em 2005 e de vez em quando ainda passo poraqui. Bjs
ResponderExcluirTereza (Bruxelas)
Gente, como assim, tacaram fogo no seu prédio?!
ResponderExcluirSabe, me dá um friozinho na barriga de pensar pelo que vou passar quando for morar aí. Acho que a gente sempre passa por um período de adaptação duro no começo. Mas é como é a vida, não é? Espero também, daqui a alguns anos, poder dizer o que você disse aí. Quando você chegou, você morava sozinha?